sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Por Portugal! - Manifesto em torno da proposta de uma candidatura

Os signatários do manifesto que serve de apresentação e justificação à abertura deste blogue, têm consciência de serem apenas três de uma multidão de portuguesas e portugueses, preocupada com o estado de pré-calamidade  - económica, social e política -  a que o país foi remetido, neste final da primeira década do século XXI. E que, na iminência de mais um acto eleitoral, de cujo desfecho resultará a atribuição da Presidência da República a um dos nossos compatriotas, face ao perfil apresentado por aqueles que se declararam e apresentaram já como candidatos ao desempenho do cargo, decidiram apelar a uma outra figura pública que igualmente o faça, por a considerarem mais apta para tal do que qualquer dos restantes. Crentes em que a alma portuguesa se unirá e mobilizará em torno de uma candidatura que por inteiro traduza os seus anseios e aspirações, numa onda magnífica.


Os signatários estão convictos de que, tal como eles, o povo português não se reconhece em alguém como o Professor Cavaco Silva que, pese embora os seus méritos, alcançou as fronteiras do ridículo ao espraiar-se no lamentável, quando preencheu o seu discurso de recandidatura com queixas ao povo do tipo cançoneteiro “Vocês sabem lá…!”, em referência às passinhas vivas de Boliqueime que terá tido que engolir com “aqueles” malandros dos partidos. Às baboseiras que, condescendente e pacientemente, terá tido que ouvir; às discordâncias com a sua visão, especializada e experiente, que terá tido que suportar; aos serões em que, impaciente e pesaroso, terá tido que perder o episódio da telenovela, para ajudar a fazer acordos entre os galfarros que mandam na capoeira a que chamam Assembleia da República! Ninguém acredita na boa-vontade de alguém que se ergue em tanta lamúria, para poder continuar a lamuriar-se pelo sacrifício em que se oferece à Nação.


Nem que se reconheça no odor a verde-pinho com que o dr. Manuel Alegre pretende refrescar o hálito, carregado de miasmas libertados pelos microrganismos acumulados nas reviravoltas que deu à língua e pelo excesso de uso que deu à glote. Tudo para provar que está vivo, porque é assim que pensa poder prová-lo. E o povo português, que é “justo, solidário e fraterno”, não o será tanto, porém, que se arrisque a que ele lhe interrompa o programa de televisão, quiçá, o acto amoroso, com comunicados de última hora em que, qual émulo de Fidel, discursará durante quatro horas de cada vez, em tom de locutor soleníssimo, sobre o problema… o problema… o problema… bem, isso das lixeiras atómicas.


Não se reconhecerá também o povo português na luz que o ex-electricista Francisco Lopes lhe afirma vir do Nascente, mas que, afinal, vem  - veio sempre -  do Poente. Até porque utilizar um curioso como agente publicitário de uma empresa que afirma possuir os únicos e verdadeiros especialistas em iluminação, é, da parte desta, sinal de uma enorme falta de capacidade de gestão. Ou de simples falta de pessoal.


O povo português reconhecerá a Fernando Nobre empenho e tenacidade na procura de tratar da saúde aos habitantes do planeta e respeitá-lo-á por essa sua tão meritória intenção. Mas sabe também que o mundo não é tratável da mesma maneira que os seus habitantes, porque os habitantes são muitos, cada qual com a sua maleita, e, por isso, o mundo tem muitas maleitas ao mesmo tempo. Dizer que há um só remédio para tudo, porque é tudo resultante do mesmo vírus, mesmo com ar doutoral, cheira a miopia científica, fonte segura de muitos tropeções e trambolhões para qualquer mortal, quanto mais para um presidente.


Por fim, dificilmente pode vir a reconhecer-se em Defensor de Moura ou em José Manuel Coelho. Nenhum deles (em conjunto com Francisco Lopes, de quem não nos lembramos sequer de um curto-circuito que haja provocado) apresenta um álbum de fotografias com conteúdo suficientemente notório para ser mostrado às visitas. O nome do primeiro levanta, além disso, suspeitas de tendências divisionistas entre Norte e Sul, algo que é ainda reforçado pelas declarações que proferiu quanto à sua intenção de pugnar pela defesa dos animais. No que respeita ao segundo, quando surge parece sempre saltar de uma cartola e ninguém pensará em eleger um animal de palco para presidente. Nem, aliás, Defensor de Moura que o é também dos bichos, certamente o permitiria, criando o perigo da eclosão de uma guerra fratricida entre os portugueses.


Perante este quadro mais do que preocupante, os signatários do presente documento decidiram, pois, avançar com o nome de uma personalidade cuja seriedade e provas dadas de competência e de carácter a tornem numa referência incontornável, que justifique e garanta que ela venha a ser, de facto, em Belém, o Presidente de Todos os Portugueses. Alguém com uma prática efectiva e pública da ciência económica; de absoluta imparcialidade na distribuição dos bens sob sua responsabilidade; isento, pela completa exposição diária da sua actividade, de toda e qualquer suspeita de corrupção; de uma simpatia e comunicabilidade irradiantes com o povo mais humilde; de gostos simples no trajar e usando suspensórios, garantindo, desta maneira, que nunca ninguém o apanhará com as calças na mão. Tal personalidade cujas virtudes enumerámos, a alma em que se agregam e combinam as virtudes próprias de um português de antanho, só poderia consubstanciar-se, como já qualquer um terá facilmente intuído, em



FERNANDO MENDES



o afável e filantrópico apresentador do programa de televisão “O Preço Certo” o qual, a par dos indispensáveis e profundos conhecimentos de economia que demonstra quotidianamente desde há muitos anos, tanta felicidade efectiva tem espalhado neste permanentemente adiado jardim plantado à beira-mar.


Assim, no intuito de o convencermos a tomar a decisão, que se lhe impõe em nome da Lusa Pátria, de assumir o lugar que a História lhe destinou, daqui convocamos todos os nossos compatriotas para que assinem uma petição, brevemente disponível neste blog, que lhe será dirigida, incentivando-o à sua inscrição como candidato à Presidência da República até ao próximo dia 23, data-limite para o poder fazer.


Sugerimos, inclusive, desde já alguns slogans a utilizar durante a campanha, para além daquele que consta desta primeira proposta para um cartaz:



QUEM DE NÓS ESTÁ MAIS PERTO?
MENDES, O PRESIDENTE CERTO!

MENDES, COMPANHEIRO,
SÓ TU SABES O PREÇO DO DINHEIRO!

E, para slogan da juventude, sempre irreverente:

MENDES,‘TÁS BEM E VAIS PARA BELÉM!

Portugueses, o tempo urge! Mobilizemo-nos em torno da candidatura de Fernando Mendes! Para que a posteridade nos absolva!

Algures na internet, 17-12-10

Jaime Grand'Alma de Noireuil
Joseph Candeias de Luz
Pepita Leitão

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